Testando a KLX 450 R

01/04/2012 12:51
Apresentação Kawasaki KLX450R 2011


Primeiras impressões sobre a endureira da Kawasaki
Redação MotoX.com.br - Texto e fotos: Lucídio Arruda




Kawasaki KLX450R 2011

Sem mudanças mecânicas, a KLX450R 2011 chegou através da importação oficial da Kawasaki do Brasil. As principais alterações foram estéticas, com destaque para inversão de cores nas abas dos radiadores. O que era preto ficou verde e o que era verde ficou preto.

A aposta da marca foi manter as qualidades existentes do modelo 2010 como a confiabilidade mecânica e facilidade de uso. Tivemos a oportunidade de experimentar o modelo em sua apresentação no ASW Off-Road Park em Mogi das Cruzes, SP.

Características

Seu quadro perimetral em alumínio emprestou a geometria da irmã de motocross KXF450R, mas podemos notar que muitos detalhes foram alterados como os tubos inferiores e o sub-quadro mais espaçoso que abriga a caixa de filtro de ar maior. Em relação à crosseira KXF, a KLX também posiciona seu piloto de forma mais confortável, não tão de ataque, como convém aos esperados turnos de pilotagem mais prolongados.




Com excelente força em baixas e médias rotações, o destaque da KLX450R é a facilidade em pilotar

Em matéria de suspensões, a frente está equipada com um conjunto KYB de 48mm com curso de 305mm. Na traseira sistema monoamortecido Unitrak com 315mm de curso. A KLX também está bem servida nos freios, com discos bem ventilados em formato de pétala com 250mm na frente e 240mm atrás.

A frente do guidão Renthal temos um compacto conjunto digital de instrumentos contendo velocímetro, odômetros parcial e total, além de um relógio. Na frente um farol de 35watts com lente acrílica e atrás uma minúscula lanterna de LEDs. O tanque de 8 litros garante uma autonomia apenas razoável nas incursões pelas trilhas. Para aventuras maiores é recomendável a troca por um reservatório de maior capacidade.

O motor, de mesma base da KXF450R, permanece alimentado por carburador. Cabeçote e comandos de válvulas apresentam um acerto menos explosivo e mais adequado às trilhas. A excelente partida elétrica facilita a vida do piloto, apesar do pedal estar ali, presente para eventuais emergências.

Impressões na trilha




Ciclística da motocicleta agradou tanto em trechos de baixa como em alta velocidade

Andamos por cerca de quarenta minutos nas trilhas do parque. A KLX450 R confirmou as impressões passadas logo aos primeiros metros em seu comando.  É uma motocicleta muito fácil de se pilotar. O motor, mesmo com grande diâmetro e pequeno curso de pistão (que proporia características "nervosas"), apresenta comportamento dócil e bem obediente aos desejos do piloto. Boa força em baixa, vigor em média, mas sem muita energia nos altos giros.

Quanto a relação de transmissão, achamos exageradamente longa, exigindo muito o uso da primeira marcha nos trechos mais apertados da trilha. Não tivemos espaço para testar a velocidade máxima, mas acreditamos que uma relação um pouco mais curta ajude quem vai enfrentar constantemente trechos travados sem prejudicar na hora de enrolar o cabo nas estradinhas. Uma coroa maior deve ser um dos primeiros itens encomendados neste caso.
 
No mais, a motocicleta mostrou-se muito divertida, boa maneabilidade em curvas e na transposição de obstáculos, e uma ótima estabilidade em alta.

Quem leva as competições a sério provavelmente vai querer trabalhar a preparação para uma resposta mais agressiva do motor. Para quem quer curtir as trilhas por lazer, sem abrir mão da força dos 450cc, a KLX tem a receita pronta. Leva o piloto aonde ele quiser sem exigir muito de suas habilidades ou condição física.




Opinião do Piloto



Pilotar a KLX 450 para mim foi como passar pelo túnel do tempo. Explico: minha primeira sensação com a moto, guardadas as devidas proporções, foi a de estar sobre a primeira KX (motocicleta cross da Kawasaki) que pilotei na vida, no início da década de 90. No dia do teste desci de um modelo cross atual subindo direto na enduro da Kawasaki e as primeiras aceleradas foram como voltar aquele período: o tanque maior, as reações mais lentas e a frente mais pesada foram responsáveis por me transmitir a sensação de estar com as primeiras verdinhas que experimentei. 

Mas então estou dizendo que ela é uma motocicleta ultrapassada? Não, pelo contrário, a Kawasaki tem um modelo com excelentes componentes e adequada ao que se propõe. Extremamente suave, com relação de marchas longa e bom torque, a sensação é de que mesmo um iniciante pode pilotá-la tranquilamente.

É uma moto bem resolvida que mostra suas caracteristicas logo ao primeiro contato. O ajuste encontrado pela fábrica deve agradar mais aos amadores do que aos profissionais. Você não vai encontrar muita explosão a


Painel Digital (foto: Divulgação Kawasaki)

disposição, o motor deixa a desejar em altas rotações, mas em baixa e média a força está sempre ali, ao seu dispor com um pequeno giro no acelerador.

Sem sustos, a KLX entrega o que é preciso para diversão na trilha: um motor dócil e com grande torque, um chassi equilibrado e de fácil condução, suspensões com bons recursos e bem ajustadas, um tanto macias é verdade, mas que dão conta do recado. O baixo ruído agrada, e vai lhe ajudar a estar mais relaxado após horas encarando obstáculos na terra. Uma verdadeira off-road.

Maurício Arruda




Agradecimentos:
Bike Box Kawasaki
ASW Off-Road Park